Faixas anunciam serviço de publicidade irregular em SP
Por R$ 39,90 é possível burlar a fiscalização da Lei Cidade Limpa
Naiana Oscar , Sábado, 06 de Fevereiro de 2010
Desafiar a Lei Cidade Limpa custa R$ 39,90 em São Paulo. É o preço de uma faixa de 1,5 m por 70 cm com direito à fixação em postes de esquinas movimentadas e a garantia de que o anúncio vai durar entre 10 e 15 dias, se não estiver numa avenida grande. Como deboche à legislação municipal que mudou a paisagem urbana nos últimos três anos, tem até faixa fazendo promoção do serviço.
A Prefeitura conseguiu acabar com os outdoors e tornar mais discretas as fachadas comerciais. Mas continua sendo desafiada pelas faixas clandestinas penduradas em todas as regiões da capital com anúncios que vão de "massagem afrodisíaca" e "amarração de amor" até reforço escolar e venda de apartamentos em áreas nobres. No ano passado, o número de multas aplicadas por desrespeito à lei Cidade Limpa caiu pela metade se comparado ao de 2008: de 1.085 para 501. Mas a quantidade de faixas e placas removidas manteve a média de 11 por hora, 96 mil por ano.
"Como a cidade vai se adequando à legislação, as multas diminuem mesmo", disse Alfonso Orlandi Neto, supervisor de Uso e Ocupação do Solo da Secretaria de Coordenação de Subprefeituras. "Mas o problema da faixa não se resolve só com fiscalização. É preciso investigar." Além da dificuldade de encontrar os responsáveis pelos anúncios clandestinos, Orlandi diz que a Prefeitura tem de vencer a extensão da cidade: são os dois maiores entraves na fiscalização da Cidade Limpa, segundo ele. São 700 agentes para fiscalizar 1,5 mil km².
Quem ganha a vida vendendo faixas sabe das dificuldades da Prefeitura. A reportagem ligou para um dos telefones do anúncio de faixa que ficou uma semana num poste da Rua Bela Cintra. A responsável pelo serviço orienta os clientes a escolher ruas movimentadas, mas residenciais. "Se você quiser colocar uma ou duas faixas numa avenida, vai durar menos, é um risco", disse a mulher, que se identificou como Fabiana.
Uma empresa informal que anuncia limpeza de carpete, sofá e instalação de persianas na Vila Mariana e em Moema recebe em média 50 ligações por dia - resultado das placas irregulares. "Toda semana a gente coloca num lugar novo. Fazemos isso há três anos e dá muito certo", disse a atendente.
Há letreiros e empresas de comunicação visual que também fazem faixas para anúncio de rua em São Paulo, mas, com medo de serem multados pela Prefeitura, terceirizam a instalação. Um dos estabelecimentos orienta os clientes a comprar banners menores, de 50 cm por 35 cm, para não chamar a atenção dos fiscais. "É a melhor coisa, porque não fica visível."
Morador do Pacaembu, o urbanista José Roberto Amaral se irritou tanto com as faixas irregulares que decidiu resolver o problema com as próprias mãos. Com um gancho fixado a um cabo de vassoura, ele arranca os anúncios irregulares no bairro.
Mas o presidente da Associação Preserva São Paulo, Jorge Eduardo Rubies, diz que é preciso mais do que ação de moradores. "Como colocar os anúncios é tão fácil quanto arrancar, eles vão se multiplicando."
A Prefeitura conseguiu acabar com os outdoors e tornar mais discretas as fachadas comerciais. Mas continua sendo desafiada pelas faixas clandestinas penduradas em todas as regiões da capital com anúncios que vão de "massagem afrodisíaca" e "amarração de amor" até reforço escolar e venda de apartamentos em áreas nobres. No ano passado, o número de multas aplicadas por desrespeito à lei Cidade Limpa caiu pela metade se comparado ao de 2008: de 1.085 para 501. Mas a quantidade de faixas e placas removidas manteve a média de 11 por hora, 96 mil por ano.
"Como a cidade vai se adequando à legislação, as multas diminuem mesmo", disse Alfonso Orlandi Neto, supervisor de Uso e Ocupação do Solo da Secretaria de Coordenação de Subprefeituras. "Mas o problema da faixa não se resolve só com fiscalização. É preciso investigar." Além da dificuldade de encontrar os responsáveis pelos anúncios clandestinos, Orlandi diz que a Prefeitura tem de vencer a extensão da cidade: são os dois maiores entraves na fiscalização da Cidade Limpa, segundo ele. São 700 agentes para fiscalizar 1,5 mil km².
Quem ganha a vida vendendo faixas sabe das dificuldades da Prefeitura. A reportagem ligou para um dos telefones do anúncio de faixa que ficou uma semana num poste da Rua Bela Cintra. A responsável pelo serviço orienta os clientes a escolher ruas movimentadas, mas residenciais. "Se você quiser colocar uma ou duas faixas numa avenida, vai durar menos, é um risco", disse a mulher, que se identificou como Fabiana.
Uma empresa informal que anuncia limpeza de carpete, sofá e instalação de persianas na Vila Mariana e em Moema recebe em média 50 ligações por dia - resultado das placas irregulares. "Toda semana a gente coloca num lugar novo. Fazemos isso há três anos e dá muito certo", disse a atendente.
Há letreiros e empresas de comunicação visual que também fazem faixas para anúncio de rua em São Paulo, mas, com medo de serem multados pela Prefeitura, terceirizam a instalação. Um dos estabelecimentos orienta os clientes a comprar banners menores, de 50 cm por 35 cm, para não chamar a atenção dos fiscais. "É a melhor coisa, porque não fica visível."
Morador do Pacaembu, o urbanista José Roberto Amaral se irritou tanto com as faixas irregulares que decidiu resolver o problema com as próprias mãos. Com um gancho fixado a um cabo de vassoura, ele arranca os anúncios irregulares no bairro.
Mas o presidente da Associação Preserva São Paulo, Jorge Eduardo Rubies, diz que é preciso mais do que ação de moradores. "Como colocar os anúncios é tão fácil quanto arrancar, eles vão se multiplicando."
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